terça-feira, 27 de junho de 2017

Temer quer montar “operação contra Janot”


Blog da Andréia Sadi
O presidente Michel Temer convocou, na noite de ontem, ao Palácio do Planalto, o marqueteiro Elsinho Mouco para discutir estratégias de enfrentamento a Rodrigo Janot, após a apresentação da denúncia do procurador-geral da República contra o chefe do Executivo federal.
Procurado, o marqueteiro confirmou o encontro e disse que a linha do discurso do Planalto será a de "cobrar provas" de Janot. Além disso, o presidente questionará detalhes da denúncia. Mouco chamou a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) de "peça de ficção".
"Vamos para o enfrentamento. O presidente avalia se vai falar em entrevista, como será. Mas o tom está definido: vamos perguntar sobre as provas, vamos questionar Janot", disse Mouco hoje.
Aliados defendem nos bastidores que Temer antecipe a escolha do sucessor de Rodrigo Janot na Procuradoria Geral da República. Acreditam que a operação pode "esvaziar" a atuação de Janot.
Amanhã, os procuradores da República vão eleger os três candidatos mais votados para a sucessão na chefia do Ministério Público.
A lista será encaminhada à Presidência. Temer avalia ignorar a tradição (não é obrigatório) de indicar o primeiro colocado da lista, como foi feito nos governos passados.
Reunião de emergência
Também passaram pelo Planalto nesta segunda-feira os ministros Moreira Franco (Secretaria Geral), Eliseu Padilha (Casa Civil), Torquato Jardim (Justiça) e Grace Mendonça (AGU).
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou a Brasília no início da noite e foi jantar com deputados na residência oficial da Câmara. Passaram por lá o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB), e os líderes do governo no Congresso.
Desta vez, Maia não passou no Planalto, como ocorreu em 17 de maio, dia em que veio à tona o conteúdo da delação da JBS.
Na ocasião, Maia encerrou a sessão na Câmara e foi ao encontro de Temer. O deputado do DEM é peça-chave na estratégia do presidente da República para derrubar a denúncia na Câmara porque comanda o cronograma e o ritmo dos trabalhos na Casa.