Governo quer evitar cair em armadilha na economia e na política
A
um mês do início da votação no Senado do impeachment de Dilma e com uma
Olimpíada no meio do caminho, a prioridade do governo Temer é evitar
armadilhas na política e na economia.
O
governo continuará administrando por meio de discursos do presidente e
de ministros as expectativas na economia. Por exemplo, prometer reforma
da Previdência e controle do gastos públicos para manter o apoio do
mercado financeiro e dos empresários.
Outra
ação é se preparar para enfrentar eventual retaliação do ex-presidente
da Câmara Eduardo Cunha. O governo considera que a cassação do mandato
de Cunha está ligada ao destino de Dilma. Na visão do governo, no
próximo mês e quase simultaneamente, Cunha perderá o mandato e Dilma
sofrerá impeachment.
Nos
bastidores, o governo avalia que Cunha vai morrer atirando, porque é o
estilo dele. Temer tem dito a interlocutores que está preparado para
enfrentar Cunha.
Temer
acredita que, se o impeachment for aprovado, haverá uma onda positiva
na economia. Isso daria mais força ao governo para aprovar medidas duras
no Congresso, como a reforma da Previdência e a emenda constitucional
que cria um teto para o crescimento das despesas públicas.
O
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, repetiu nesta segunda que
poderá recorrer a aumento pontual de impostos. É uma medida que encontra
mais resistência do Congresso e dos empresários, mas que não pode ser
descartada.
Uma
parcela do governo acredita que, com uma nova CPMF, o ajuste fiscal
seria mais rápido e que isso poderia acelerar a retomada de
investimentos, gerando mais empregos e renda. (Kennedy Alencar)