Do Diário de Pernambuco
O empresário pernambucano Humberto do Amaral Carrilho, que teve
prisão temporária decretada pelo juiz Federal Sérgio Moro na 29ª fase da
Operação Lava Jato, e estava foragido, se entregou à Polícia Federal
(PF). A informação foi registrada no sistema da Justiça Federal do
Paraná. Carrilho é sócio-fundador da Dislub, empresa de armazenamento e
distribuição de combustíveis.
Segundo informou a PF à Justiça, Carrilho se entregou espontaneamente
na tarde de ontem, em Curitiba. Ele prestou depoimento e ficará preso
na Superintendência da PF na capital paranaense.
Ele foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo
Roberto Costa em delação premiada como tendo pago propina para garantir
contratos com a Petrobras. Na delação, Costa afirma que Carrilho teria
procurado ele entre 2008 e 2009 para tratar do projeto de construção do
Terminal de Derivados no Rio Amazonas, em Itacotiara (AM). O projeto foi
aceito e a Dislub foi contratada sem licitação pela Petrobras. Costa
diz que recebeu valores de Carrilho por esse negócio e pagos mediante
contratos simulados feitos com sua empresa de consultoria, a Costa
Global. O empresário fez contratos por meio das empresas Distribuidora
Equador, Equador Log e Dislub Equador. O intermediador foi João Claudio
Genu.
Carrilho foi já ouvido pela PF de Pernambuco em outra ocasião. De
acordo com superintendente da PF-PE, Marcello Diniz Cordeiro, o
apartamento do empresário em Apipucos foi encontrado em reforma,
portanto não houve apreensão de nenhum material para investigação. O
mandado de prisão foi recebido pelos filhos do empresário. “Se não
houver apresentação espontânea, quando ele desembarcar no Brasil, poderá
ser preso imediatamente, explicou o chefe de comunicação da PF em
Pernambuco, Giovani Santoro.
No dia em que a ação foi deflagrada, a defesa do empresário informou
aos delegados que ele estava na Europa e já havia providenciado retorno
ao Brasil para se entregar à PF.
A 29ª fase da Operação Lava Jato foi deflagrada na última
segunda-feira (23). Na Operação, a PF prendeu o ex-tesoureiro informal
do PP João Cláudio Genu, absolvido na Ação Penal 470, o processo do
mensalão, e o sócio dele, Lucas Amorim Alves.