Bem recebida em redes sociais por militantes e simpatizantes do PT, a nota de Rui Falcão,
presidente do partido, com duras críticas ao senador Delcídio do Amaral
(PT-MS) foi considerada desastrosa por alguns dirigentes da sigla,
segundo informa Mônica Bergamo, hoje na sua coluna da Folha de S.Paulo.
Segundo a colunista, um parlamentar influente do partido diz, sob a condição de anonimato, que Falcão "trouxe para dentro do PT uma agenda perigosíssima e contraditória".
O
dirigente segue dizendo que o partido sempre defendeu outros de seus
integrantes presos ou condenados. Com a nota divulgada por Falcão, "o PT
perde o discurso que adotou até agora, o de que todos, sem exceção, têm
o direito de se defender".
O
parlamentar afirma ainda que "o momento é o pior possível" para o
posicionamento de Falcão. "O Judiciário e o Ministério Público estão
numa ofensiva contra o PT." O partido, em vez de criticar, segundo ele,
acabou desta vez chancelando "e perdendo seu poder de questionamento".
Delcídio
do Amaral, completa ele, "é um corpo estendido no chão", e portanto
indefensável. Mas o Partido dos Trabalhadores não "poderia ter perdido a
oportunidade de questionar a constitucionalidade da ordem de prisão
contra um senador no exercício do mandato que não cometeu crime
inafiançável".