domingo, 29 de novembro de 2015

Comportamento de Bumlai na prisão surpreende PF




Da Folha de S.Paulo - Bela Magale
Quando o nome do pecuarista José Carlos Bumlai passou a ser falado entre os réus da Lava Jato presos na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, os comentários eram de que seria inseguro e medroso. Mas Bumlai, preso desde a última terça (24), tem se mostrado tranquilo na maior parte do tempo.
"Acredito que ele ainda não caiu na real que está preso. Passa o dia de calça social e camisa", disse um agente. No lado esquerdo do peito, Bumlai continua carregando a imagem da Nossa Senhora e um terço feito de pedras marrons no bolso.
Também leva um crucifixo para o qual aponta e diz: "É assim que eu resisto".
Católico praticante e devoto de Santo Antônio, ele pediu logo no primeiro encontro com sua advogada uma Bíblia. E é com ela, rezando diariamente, que passa boa parte do tempo.
Nas duas horas por dia de banho de sol, Bumlai não caminha e nem se exercita, ao contrário da maioria. O que costuma fazer é aparar a barba e depois fica sentado.
Também não solicitou nada desde que foi detido. Mesmo com pressão alta e medicado, abriu mão de uma dieta diferenciada.
Ao longo da semana comeu os mesmos pratos que os outros presos: feijoada, linguiça toscana, carne moída e lasanha, tudo com garfos de plástico. Abriu mão do café –só toma descafeinado.
Os advogados insistiram para que um médico fosse vê-lo, mas Bumlai também dispensou o cuidado, afirmando que seu medicamento dá conta da pressão alta.
Antes de ser preso, o pecuarista tinha o plano de depor na CPI do BNDES e se internar, logo depois, em um hospital em São Paulo para uma bateria de exames.
Até agora, Bumlai só recebeu a visita de dois familiares, o filho Fernando e o genro André. A conversa foi sobre os negócios da família.
Reservado, Bumlai falou pouco da vida pessoal desde que foi preso, mas contou que é casado pela segunda vez com uma japonesa, e falou das dificuldades por diferenças culturais. Ele se referia à advogada Andrea Kushyama.
No sábado (28), Bumlai completou 71 anos. Mas não teve motivos para comemorações. O pecuarista não pôde receber ninguém, como é praxe dos finais de semana.