terça-feira, 6 de outubro de 2015

Editorial: corrupção arraigada


* Por Cláudio Soares
"Nunca antes na história deste País", contudo, foi  tão amplo e imediato o acesso a informação de denúncias e protesto contra esse câncer que se dissemina no Poder Público e que também penaliza toda a sociedade. Corrupção é algo que transcende os tipos penais dos artigos 317 (corrupção passiva) 332 (tráfico de influência) e 333 (corrupção ativa) do Código Penal brasileiro.
A corrupção traduz um comportamento indiscutivelmente arraigado na mentalidade coletiva, ostentando um viés cultural. Esse sentimento podemos ver nas ruas quando um guarda de trânsito intercepta nossos veículos, ou mesmo dentro de hospitais públicos que geralmente aparece um agente público solicitando vantagem para empurrar um paciente à frente dos demais que há dias está  na espera de um atendimento. Se você andar mais à frente vai se deparar com as câmaras de vereadores, onde reina corrupção pura - e ali bem próximo estão as prefeituras onde a palavra de ordem é roubar.
Logo, lamentavelmente, a corrupção permeia o poder público porque está em toda coletividade; neste diapasão, são verdadeiros desafios para o combate deste mal, fundamentalmente das estruturas sofisticadas que atuam não apenas para a prática desses crimes, mas também para a lavagem de dinheiro público desviado de hospitais, escolas, estradas, segurança, que supera a ordem de bilhões de reais.
Corrupção perpetua estruturas viciadas e práticas criminosas, é a engrenagem da delinquência moderna, que, por sua vez, tem feição de bandidagem sem precedentes. Exige-se, portanto, persistente e eficaz um enfrentamento, que requer dos órgãos de persecução ao menos um trabalho equivalente à dos criminosos.
É imprescindível que o Estado capacite e instrumentalize seus servidores com os meios necessários, arquitetando as ações dos órgãos de controle - em especial o Banco Central, Receita Federal, Ministério Público, Polícia Federal, Tribunais de Contas e a sociedade organizada com interesse de ajudar ao estado farejar e caçar esses bandidos travestidos de agentes do estado que dilapidam nosso patrimônio -, em prol de uma sistematização de dados e informações indispensáveis à elucidação desses  criminosos. 
É mais do que importante que cada cidadão brasileiro tenha a exata noção do custo da corrupção, quanto um ato criminoso - por menor que seja, contribui para os déficits nos serviços públicos (saúde, educação, segurança, etc.), e quantos investimentos que deveriam chegar até as comunidades evaporam e param nos bolsos desses bandidos de gravatas.
Vigilantes, atentos, deve cada cidadão funcionar como promotor de revoluções sociais, seja pela rede digital, seja provocando o debate com denúncias e utilizando os meio de comunicação mais próximos  para levantar e sacudir os objetivos desejados,  com enfrentamento a corruptos, mesmo com hostilidades  repudiando  contra essa praga- verme e parasitas que sugam nossos recursos que contribuímos através de uma carga tributária sufocante e crescente.
O Brasil requisita uma nova cidadania - que é o grito de cada brasileiro contra qualquer corrupto, seja no avião, no restaurante, na rua, não importa, onde o encontrar seja gritante e peça a palavra de ordem para rejeitar sua presença naquele recinto,  e mostre que é contra qualquer agente público que se comporta de maneira depravada, com devassidão. 
Por último, é um grande erro relativizar a classe política, jogar todos no mesmo saco como se corruptos fossem - isso é não enxergar a periculosidade e verdadeira máfia, gangue, associação criminosa em que o PT se transformou, inclusive, enaltecendo como heróis seus líderes corruptos, depois de julgados e condenados, e presos pela Corte maior de Justiça deste País.
Eu costumo dizer que na prática da barbárie ninguém é diferente. Ora, se o Zé Dirceu, João Vaccari Neto, Marcos Valério, João Paulo Cunha e José Genuíno merecem elogios, ou seja, serem enaltecidos, sem dúvidas o Fernandinho Beira Mar, Macola e Elias Maluco, que também são figuras do mundo do crime, estão na condição de receber elogios. Qual a diferença?  Afinal, tanto o tráfico de drogas como a corrupção mata!
Esse discurso fajuta do PT, falsificado, redundante, e que não tem mais qualidade de ludibriar os pobres, está eternamente com prazo de validade vencido. Fora corruptos!!!
* Jornalista e Bacharel em Direito