sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Dilma precisa de Renan e de votos na Câmara




Impeachment ainda tem um longo caminho a ser percorrido
Apesar de a derrota no TCU (Tribunal de Contas da União) fortalecer o movimento da oposição pró-impeachment, há um longo caminho a ser percorrido. O governo ainda tem as suas armas para reagir.
O TCU recomendou ao Congresso a rejeição das contas de 2014 do governo Dilma. Esse parecer é visto pela oposição como um argumento para dar viabilidade jurídica a um eventual impeachment, mas o debate é eminentemente político.
A primeira atitude do governo é pedir socorro ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para engavetar ou adiar ao máximo a apreciação das contas de 2014. Por ora, há uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que deixa nas mãos de Renan o poder de escolher o momento de votar essas contas.
Antes, porém, há uma batalha na Comissão de Orçamento, que vai analisar a recomendação do TCU. Portanto, o principal caminho para o governo é político. É obter mais votos na Câmara e não perder apoio no Senado a fim de enfrentar as votações necessárias e resolver os problemas de uma vez.
Dificilmente haverá sucesso numa estratégia via STF neste momento. A tendência é o Supremo dizer que se trata de assunto interno do Congresso, pois o que existe é uma recomendação de rejeição do TCU, que é órgão auxiliar do Legislativo.
Em resumo: é a política, estúpido, diriam os americanos sobre o Brasil de hoje. A presidente Dilma Rousseff precisa fazer política. E isso significa arrumar votos no Congresso e organizar politicamente as prioridades do governo. Do contrário, correrá o risco de perder o poder e de continuar com um administração paralisada, um governo que não governa.