O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso usou as redes sociais
neste sábado, 25, para negar o interesse em conversar com a gestão Dilma
Rousseff e afirmou que encontros privados poderiam parecer conchavo
para salvar o "o que não deve ser salvo". "O momento não é para a busca
de aproximações com o governo, mas sim com o povo. Qualquer conversa não
pública com o governo pareceria conchavo na tentativa de salvar o que
não deve ser salvo", escreveu o ex-presidente em sua página no
Facebook. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva estaria interessado em se reunir com seu
antecessor pra uma conversa sobre as crises econômica e política que
assolam o País. Entre os temas do encontro estaria também a discussão
envolvendo um possível processo de impeachment contra a presidente Dilma
Rousseff. Representantes da direção nacional do PSDB e lideranças do
partido no Congresso rechaçaram a possibilidade de uma aproximação entre
a oposição e o PT. Xico Graziano, ex-chefe de gabinete de FHC e
atualmente assessor do Instituto que leva o nome do ex-presidente, tem
tratado o tema com ironia nas redes sociais. "Se eu fosse o FHC topava
conversar com Lula. Primeiro mandava ele pedir desculpas pela mentirada.
Depois perguntaria: tá dormindo em paz?", escreveu o assessor. Do lado
dos petistas, a reação tem sido diferente. Questionado sobre o encontro,
o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva,
disse na sexta-feira, 24, ser "plenamente favorável". "Acho que isso
deveria acontecer mais no Brasil: ex-presidentes conversando. Nos
Estados Unidos, é a coisa mais normal do mundo ex-presidentes se
reunirem, inclusive a convite do presidente em exercício. Sempre que
você estabelece diálogo entre lideranças nacionais, é bom para o País",
disse Edinho. Em uma agenda nesta semana no Rio de Janeiro, o ministro
da Defesa, Jaques Wagner, também se mostrou favorável ao encontro. "A
gente está num momento difícil, porque o quadro da economia mundial é
difícil. É preciso serenidade, bom senso e imagino que os dois
ex-presidentes têm de sobra essas qualidades. Eu aplaudiria muito se
houver esse encontro, (mas) não para tratar de impeachment. O encontro
de dois presidentes teria uma agenda muito superior a essa", disse.