O presidente Global da Andrade Gutierrez Energia, Flávio Barra, foi
alvo da 16ª fase da Operação Lava Jato, na manhã de hoje, e teve prisão
temporária decretada. Ele será levado para a superintendência da Polícia
Federal em Curitiba.
A 16ª fase da Lava Jato, batizada de Radioatividade, mira contratos
da Eletronuclear, estatal ligada à Eletrobras, e tem como base delação
premiada feita por executivos da Camargo Corrêa. O principal ponto da
ação indica suposta corrupção em contratos da Usina Nuclear de Angra 3.
No início deste ano, em delação premiada, o empreiteiro Dalton
Avancini, diretor-presidente da Camargo Corrêa Construções e
Participações, revelou a existência de cartel nas contratações e
pagamentos relativos às obras da usina.
A Andrade Gutierrez integra o consórcio UNA 3, um dos vencedores para
montagem da usina. Os contratos para execução da montagem
eletromecânica da usina foram Angra 3 (Queiroz Galvão; Empresa
Brasileira de Engenharia - EBE; e Techint Engenharia) e UNA 3 (Andrade
Gutierrez; Norberto Odebrecht; Camargo Correa; e UTC Engenharia).
Avancini também citou em delação o nome do almirante Otthon Luiz
Pereira da Silva, licenciado desde abril do cargo de diretor-presidente
da Eletronuclear. O empreiteiro disse ter "ouvido dizer" que havia uma
promessa de propina para o militar.
Barra, da Andrade Gutierrez, será levado para Curitiba. A prisão
temporária tem prazo de cinco dias, podendo ser convertida pelo juiz
responsável pelo caso, Sérgio Moro, em prisão preventiva. Desde o início
da Operação, a Andrade Gutierrez tem reiterado que seus executivos não
têm relação com a prática de atos ilícitos