domingo, 7 de junho de 2015

Teixeira nas malhas do fisco: sonegação de IR



Da Folha de S.Paulo - Leonardo Souza
Dois meses após a Fifa confirmar, em abril de 2013, que Ricardo Teixeira recebeu R$ 26 milhões em propina de uma empresa de marketing esportivo (fato que ele negou à época), a Receita Federal decidiu realizar ampla investigação contra o ex-presidente da CBF por suspeita de sonegação de tributos.
Juntamente com a determinação de fiscalização, a Receita expediu pedido de medida cautelar contra o ex-dirigente do futebol brasileiro. Esse tipo de instrumento é adotado somente em casos graves e normalmente ocorre quando o débito com o fisco supera R$ 2 milhões. No mesmo mês, o processo contra Teixeira foi arquivado, o que indica que o ex-chefe da CBF pagou a multa. A reportagem procurou o advogado José Mauro Couto, que representa Teixeira, desde terça-feira (2). Mas ele não ligou de volta.
No mesmo ano em que se mudou para os EUA, ele comprou uma mansão por US$ 7,4 milhões (cerca de R$ 22 milhões hoje), num condomínio na baía de Biscayne.
Com dois andares, sete quartos e 600 metros quadrados de área construída, a casa conta com marina particular. O ex-presidente da CBF era visto facilmente pelas ruas da cidade de Miami dirigindo carros de luxo.
Ele tinha também o hábito de navegar num barco de 68 pés avaliado em cerca de R$ 6 milhões.
Não há nada de irregular em manter propriedades e recursos no exterior, desde que corretamente declarados à Receita no Brasil. Teixeira teme perder a mansão no decorrer da investigação americana.
Em 2013, Teixeira voltou a morar no Brasil, mas deixou o país pouco antes do início da Copa do Mundo de 2014, por receio de ser alvo de protestos. Em abril deste ano, ele fez nova mudança. Viajou para o Uruguai e lá registrou seu domicílio fiscal.