Caiu sobre uma Câmara vazia na véspera do feriado,
e com seu presidente do outro lado do mundo, a notícia de que ministra
Rosa Weber deu 48 horas a Eduardo Cunha para explicar a segunda votação
do financiamento privado de campanhas, depois de uma derrota da matéria
na véspera. No Senado, o líder do Governo, Delcídio Amaral, expressou um
sentimento que generalizado na Casa: “Vamos ter que salvar aqui este
arremedo de reforma da Câmara”.
O próprio presidente do Casa, Renan Calheiros, vem dizendo que será
preciso aprovar no Senado uma reforma que represente uma resposta mais
efetiva às insatisfações da sociedade com o funcionamento do sistema
político. Mas por delicadeza institucional e por consideração com Cunha,
vem evitando criticá-la de público. Delcídio vai direto ao ponto:
– O que a Câmara fez não merece o nome de reforma. Qual foi a
novidade? O fim da reeleição. E mesmo assim, sem uma solução para a
questão da duração do mandato. Votaram tudo fatiado, como se fosse
salame, e agora enfrentam o dilema da duração dos mandatos e da
coincidência ou não de eleições. Vamos ter que salvar esta reforma no
Senado.