domingo, 21 de junho de 2015

Estratégia para eleição de 2018 divide PSDB



Da Folha de S.Paulo – Daniela Lima
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), inicia nesta semana a segunda fase de uma operação cujo objetivo é firmar seu nome como pré-candidato à próxima eleição presidencial, em 2018.
Há uma semana, o diretório paulista do PSDB lançou Alckmin para presidente, causando desconforto em alas alinhadas com o senador Aécio Neves (MG), que desponta ao lado do governador como opção da sigla para 2018. Parlamentares próximos ao senador mineiro, que perdeu para a presidente Dilma Rousseff a eleição de 2014, dizem que a ofensiva precoce de Alckmin pode tirar o foco do que hoje deveria ser o principal objetivo do partido: o desgaste do governo e do PT.
Há dois meses, o governador passou a cumprir agenda política intensa. O vice de Alckmin, Márcio França, presidente do PSB em São Paulo, trabalha para costurar o apoio da sigla a uma futura candidatura. "Não descarto que, se ficar sem espaço no PSDB, ele mude de legenda", diz um dirigente do PSB.
Aécio tem tratado o assunto com cautela. Aos aliados diz que não vai cair na "armadilha" de um embate precoce com Alckmin. No fim deste mês, o senador planeja uma série de viagens pelo país, começando por Manaus, a pretexto de agradecer os votos que recebeu em 2014.
TERCEIRO ELEMENTO
Surgiu ainda no PSDB um terceiro elemento, o senador José Serra (SP), que aposta na produção de agenda própria no Congresso e alianças inesperadas para se diferenciar dos dois nomes que hoje dominam os debates no PSDB.
Serra perdeu espaço na cúpula partidária desde 2010, quando suas pretensões presidenciais foram derrotadas pelo PT pela segunda vez. Questionado outro dia por um aliado se ainda tinha ambições nacionais, Serra disse que políticos que perdem a ansiedade deveriam deixar a política. Em seguida, acrescentou: "Não vou dizer que não sou candidato. Seria ridículo".