segunda-feira, 8 de junho de 2015

Dilma: Levy não pode ser tratado como Judas




Para Dilma Rousseff, as críticas do PT ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, são injustas. "Não se pode fazer isso, criar um Judas. (...) É bem típico e uma forma errada de resolver o problema", disse a petista em entrevista ao jornal "Estado de S. Paulo" de hoje. "A responsabilidade não é exclusiva dele", justificou a presidente.
Na próxima quinta-feira, tem início o 5º Congresso do PT, no qual são esperadas críticas ao titular da Fazenda. Na conversa com a reportagem do "Estado", Dilma cobrou do Congresso Nacional a aprovação da lei de desoneração, parte do ajuste fiscal proposto pelo governo para melhorar suas contas.
O projeto, inicialmente elaborado como medida provisória, foi devolvido pelo presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), no início de março. Reenviado como projeto de lei, ainda não foi votado. A petista criticou a proposta para a Previdência aprovada pela Câmara dos Deputados – a regra 85/95, que permite que alguns contribuintes se aposentem mais cedo sem perdas pelo fator previdenciário – e afirmou que ela "precisa ser alterada".
"A proposta de ser progressiva é viável. Mas ainda estamos estudando. Tem de ter mudanças." Ainda assim, a presidente diz não considerar sua relação com o Congresso Nacional difícil. "Temos tido um processo de discussão bastante efetivo e eu não diria que é tão diferente do passado. O governo não está a reboque do Congresso. Pelo contrário. Temos relação independente e harmoniosa. Se você for olhar, o Congresso, até agora, não se caracterizou por dar uma derrota ao governo", avaliou.