Para Dilma Rousseff, as críticas do PT ao ministro da Fazenda,
Joaquim Levy, são injustas. "Não se pode fazer isso, criar um Judas.
(...) É bem típico e uma forma errada de resolver o problema", disse a
petista em entrevista ao jornal "Estado de S. Paulo" de hoje. "A
responsabilidade não é exclusiva dele", justificou a presidente.
Na próxima quinta-feira, tem início o 5º Congresso do PT, no qual são
esperadas críticas ao titular da Fazenda. Na conversa com a reportagem
do "Estado", Dilma cobrou do Congresso Nacional a aprovação da lei de
desoneração, parte do ajuste fiscal proposto pelo governo para melhorar
suas contas.
O projeto, inicialmente elaborado como medida provisória, foi
devolvido pelo presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), no
início de março. Reenviado como projeto de lei, ainda não foi votado. A
petista criticou a proposta para a Previdência aprovada pela Câmara dos
Deputados – a regra 85/95, que permite que alguns contribuintes se
aposentem mais cedo sem perdas pelo fator previdenciário – e afirmou que
ela "precisa ser alterada".
"A proposta de ser progressiva é viável. Mas ainda estamos estudando.
Tem de ter mudanças." Ainda assim, a presidente diz não considerar sua
relação com o Congresso Nacional difícil. "Temos tido um processo de
discussão bastante efetivo e eu não diria que é tão diferente do
passado. O governo não está a reboque do Congresso. Pelo contrário.
Temos relação independente e harmoniosa. Se você for olhar, o Congresso,
até agora, não se caracterizou por dar uma derrota ao governo",
avaliou.