A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal autorização
para quebrar os sigilos fiscal e bancário do presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), e do senador Fernando Collor (PTB-AL), dentro
das investigações da Operação Lava Jato. Ambos são alvos de inquéritos
que tramitam no Supremo. A
PF fez o mesmo pedido em relação ao deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE),
investigado no mesmo inquérito de Renan e também solicitou autorização
para ter acesso aos dados bancários do ex-deputado João Pizzolatti
(PP-SC), outro investigado no caso.
Os pedidos chegaram ao STF em segredo de Justiça e foram encaminhados ao gabinete do ministro Teori Zavascki, responsável por autorizar a realização das diligências. Nos
pedidos sobre Collor, Renan e Aníbal, a Procuradoria Geral da República
já se manifestou, cabendo ao ministro a decisão sobre as quebras de
sigilo.
Os
políticos são investigados desde o início de março pela PGR e pela PF
por suspeita de serem beneficiários do esquema de corrupção da
Petrobras. No total, 50 pessoas são alvo de inquéritos no STF, dos quais
48 são políticos, entre senadores, deputados e ex-parlamentares.
Collor
é suspeito de receber cerca de R$ 3 milhões em propina em um negócio da
BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras. Ele diz que irá
provar sua inocência e nega “qualquer tipo de relação pessoal, política
ou empresarial” com o doleiro Alberto Youssef.
Nos
casos de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, e Aníbal
Gomes (PMDB-CE), deputado, o ex-diretor da Petrobrs Paulo Roberto Costa
afirmou que recebeu apoio político dos dois parlamentares para se manter
no cargo de diretor de Abastecimento da Petrobras, em troca de ajuda
para o PMDB.