De acordo com o Sindicato dos Médicos da Bahia, é crítica a situação do Hospital Regional de Juazeiro que, neste momento, corre risco iminente de suspensão dos serviços por não receber as verbas da Sesab destinadas ao seu funcionamento. O alerta foi feito frente ao Ministério Público Federal, em Petrolina, no último dia 7 de maio, quando o Sindimed lá esteve, atendendo a solicitação dos médicos do hospital, que estão em assembleia permanente, e se encontram apreensivos com a desassistência à população de toda a região da divisa entre Bahia e Pernambuco.
Após tomar
conhecimento do quadro dramático do hospital, o Sindimed propôs a
realização de audiência conjunta no dia 15 de maio, lá mesmo em
Petrolina, com a participação adicional dos Ministérios Públicos do
Trabalho e do Estado, do governo e da Sesab. O presidente do Sindicato,
Francisco Magalhães disse que a Sesab precisa assumir sua
responsabilidade para tirar o hospital da crise.
A gestão do hospital
é terceirizada para o Imip – Instituto Materno Infantil de Pernambuco,
que vem reclamando o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato,
desde 2012. Segundo o advogado do Imip, Leonardo Ataíde, em junho de
2014 o estado antecipou R$ 800 mil para o Instituto, mas desde fevereiro
a verba não é mais repassada. Ele afirma que não há mais como fazer
frente ao custo mensal do Hospital que é de R$ 4.200.000,00.
Demissões
Demissões
Diante dos fatos, o
Imip denunciou o contrato, e pediu a antecipação do seu término, que
teria vigência até 30 de junho deste ano, mas será encerrado no próximo
dia 30 de maio. Por conta disso, todos os profissionais da saúde -
aproximadamente 800 funcionários -. já se encontram em aviso-prévio
desde 29 de abril. Os anestesistas, contratados como PJ, estão há três
meses sem receber e suspenderam o trabalho. Também os atendimentos
ambulatoriais estão suspensos. Cirurgias eletivas não são realizadas
desde novembro, e até a alimentação é precária no hospital.
A apreensão é grande
entre os empregados do hospital, porque o gestor terceirizado anunciou
também que não tem lastro financeiro para arcar com as verbas
rescisórias. E mais, o Imip declarou, diante do procurador Leonardo
Martinelli, que não sabe quem se responsabilizará pela gestão a partir
do dia 1º de junho.
O Hospital conta com
134 leitos, sendo 20 de UTIs. São 8.000 internações anuais e cerca de
420.000 procedimentos ou atendimentos. Cobre 57 cidades da região do
médio S. Francisco, inclusive 27 de Pernambuco. É o único a oferecer
atendimento oncológico. 70 médicos trabalham no hospital.
Da reunião no MPF
participaram ainda o delegado do Sindimed na região, José Carlos Tanuri e
as advogadas do Sindicato, Ana Augusta Soares e Cláudia Bezerra.
Asscom