A Polícia Federal em Pernambuco realizou, na manhã de hoje, o
cumprimento de 23 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão
temporária na Prefeitura de Araripina, no Sertão do Estado. A operação
'Paradise' investiga desvios de recursos públicos, fraudes em
licitações, entre outros crimes.
Segundo a PF, a investigação iniciou em 2013 e identificou uma
associação criminosa dentro da gestão municipal que desviava verbas do
Ministério da Educação (MEC) que deveriam ter sido utilizados na
construção de escolas, creches e quadras poliesportivas.
Ainda de acordo com a polícia, as investigações revelaram que nos
quadros de societários das empresas, que disputavam as licitações, há
empregados domésticos e parentes dos envolvidos. Ao fim das negociações,
não eram os vencedores da licitação que realizavam as obras, e sim,
empresas de parentes de um político local. O nome da operação faz
referência ao condomínio 'Paraíso' que está sendo construído em
Araripina e pertence a um dos investigados.
Além disso, a PF identificou que os recolhimentos do INSS e do FGTS
não eram pagos e que as obras eram propositalmente atrasadas para se
conseguir mais recursos, mas as construções não avançavam. Para
conseguir os recursos os engenheiros da prefeitura enviavam informações,
fotografias e atestados de medições falsos.
Paulo Arraes e Ricardo Arraes, irmãos do prefeito de Araripina,
Alexandre Arraes, são suspeitos e foram conduzidos para a delegacia de
Polícia Federal em Salgueiro, também no Sertão de Pernambuco, para
prestar depoimento. Os envolvidos podem ser indiciados nos crimes de
associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de
informática, falsidade ideológica, fraudes em licitações, peculato,
prevaricação, sonegação de contribuição previdenciária, uso de documento
falso e corrupção passiva. As penas podem variar de 1 a 12 anos de
reclusão. A Operação 'Paradise' também cumpre mandados nas cidades de
Juazeiro do Norte e Assaré, no Ceará e em Jaicós, Piauí.