O
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou nesta
terça-feira, 07, a atual articulação política do governo Dilma Rousseff
conduzida pelo ministro Pepe Vargas. No entanto, minimizou o convite
feito pelo Palácio do Planalto ao ministro da Aviação Civil, Eliseu
Padilha, do PMDB, para ocupar a Secretaria de Relações Institucionais. O
titular da SRI é responsável por fazer a ponte entre Executivo e
Legislativo. A relação está desgastada desde o início do ano, quando o
PMDB assumiu o comando da Câmara e do Senado, impondo uma série de
derrotas ao governo. "Eu não sei nem se houve convite. Houve convite?
Foi uma sondagem. Acho que não houve propriamente um convite", disse
Cunha ao chegar à Câmara nesta manhã. Cunha criticou a articulação
política comandada por Pepe Vargas, mas fez questão de atribuir a
responsabilidade da escolha de um novo ministro à presidente Dilma. "Já
está mais que provado que o formato atual não está funcionando. É
preciso realmente mudar o formato. Agora, qual o formato, é a presidente
que vai ter que escolher dentro do livre arbítrio normal que ela tem no
seu poder", afirmou. Desde segunda-feira, 06, quando o convite foi
feito a Padilha, Cunha tem afirmado que a substituição de Vargas não
pode ser atribuída ao PMDB, partido que comanda Câmara e Senado. "Não
acho que tem que ser do PMDB nem que não tem que ser do PMDB. A
articulação política é um processo político ao qual a presidente vai
escolher alguém de sua confiança e que acha que pode fazer um bom
trabalho no Congresso. O que não podemos deixar é que isso seja colocado
na conta como sendo um pleito do PMDB ou que a articulação só vai
funcionar por ser do PMDB. Nenhuma das duas coisas é verdadeira",
afirmou.