O
ex-presidente Lula criticou na segunda (30) a atuação da presidente
Dilma Rousseff frente à crise política enfrentada pelo governo.
Em
encontro a portas fechadas com dirigentes petistas, na capital
paulista, o ex-presidente comparou o momento atual com 2005, ano do
escândalo do mensalão. Segundo
relatos de participantes, Lula afirmou que Dilma precisa reagir ao
cenário de dificuldades e lembrou que ele, em resposta à crise do
mensalão, não ficou "trancado no gabinete". No início de seu discurso, o petista fez questão de frisar que nada abalará a sua relação com a presidente.
"O sucesso da Dilma é o meu sucesso. O fracasso da Dilma é o meu fracasso", afirmou, segundo presentes.
Na
sequência, no entanto, lamentou que a presidente não invista em uma
"pauta positiva" com inaugurações de obras e viagens pelo país, como ele
fez em 2005.
Para
exemplificar a necessidade de o governo federal reagir e não se
intimidar diante da crise atual, Lula arrancou gargalhadas ao contar
que, na época do mensalão, todo dia se olhava no espelho e dizia: "Eu
sou o cara mais bonito que existe". Em
outro paralelo com 2005, lembrou que, mesmo sob críticas, recebeu
líderes de movimentos sociais e sindicais, o que também sugeriu agora
para a presidente.
Ainda
segundo petistas, Lula criticou a política de comunicação do governo e
reclamou que sugestões suas não foram levadas em conta pelo ministro
Aloizio Mercadante (Casa Civil) e pelo marqueteiro João Santana na
elaboração do pronunciamento feito pela presidente no Dia da Mulher, em 8
de março.
A
veiculação do discurso da presidente em cadeia nacional pela televisão
foi recebida com vaias e panelaços em pelo menos 12 capitais.
"Não sei quem foi o infeliz que convenceu ela a falar", disse o ex-presidente.
O
encontro teve a presença de representantes dos diretórios estaduais.
Lula conclamou os dirigentes a "ir à luta" para diminuir os danos à
imagem do PT.