As divergências entre o Ministério Público e a Polícia Federal sobre
os rumos da investigação Lava Jato impediram o depoimento de seis
investigados nesta semana. A crise entre as autoridades que atuam no
caso foi revelada a partir da suspensão, por ordem do Supremo Tribunal
Federal (STF), de depoimentos que haviam sido previamente marcados por
policiais federais sem o aval da Procuradoria Geral da República. Entre
os investigados que deixaram de prestar depoimento estão Benedito de
Lira (PP-AL), Arthur de Lira (PP-AL) e Eduardo da Fonte (PP-PE). Os três
foram acusados de receber dinheiro desviado da Petrobras na cota do PP
pelo ex-diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, em sua
delação premiada. De acordo com o blog de Matheus Leitão, no G1, o
Ministério Público Federal emitiu nota afirmando que a definição da
estratégia da operação é de responsabilidade de Rodrigo Janot. Isso
porque é o procurador-geral da República quem terá a responsabilidade de
oferecer eventuais denúncias. A PF destacou que, ao ordenar a apuração
da suposta participação de políticos no esquema de corrupção que atuava
na Petrobras, o STF não determinou "uma ordem de preferência" para os
depoimentos.