Os
dois delatores da cúpula da Camargo Corrêa citaram em depoimentos a
procuradores e à Polícia Federal dez obras da Petrobras em que houve
pagamento de propina e apontaram os nomes de novos executivos que
tiveram participação no esquema de pagamento de suborno. O suborno tem
relação direta com o valor dos contratos da Camargo com a Petrobras. Só
um deles, na refinaria Abreu e Lima, é de R$ 3,8 bilhões.
Um
dos citados é o ex-presidente da empreiteira, Antonio Carlos Miguel,
que depois fez parte do conselho de administração da Camargo,
encarregado, entre outras tarefas, de zelar pelo código de ética nos
negócios do grupo. Ele saiu do conselho em 2012.
Os delatores Dalton Avancini, presidente da empreiteira, e Eduardo Leite,
vice-presidente, contaram em depoimentos prestados após fecharem
acordos de delação que a empresa pagou suborno nos contratos do gasoduto
Caraguatatuba-Taubaté, na construção da sede da estatal em Vitória
(ES), um prédio que tem vidros importados da Bélgica, e numa unidade da
refinaria Abreu e Lima (PE).
A
propina paga entre 2007 e 2012 chegou a R$ 110 milhões, segundo Leite. A
diretoria de Serviços, indicada pelo PT, ficou com R$ 63 milhões; já a
de Abastecimento, entregue ao PP, levou R$ 47 milhões.Da (Folha de S.Paulo – Mário Cesar Carvalho)