Augusto Mendonça Neto, da Toyo Setal, será ouvido
Pela primeira vez desde o início dos trabalhos, a Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras ouvirá nesta semana o
depoimento de um empreiteiro envolvido na Operação Lava Jato. Após uma
série de oitivas com ex-dirigentes e atuais representantes da estatal,
Augusto Mendonça Neto, da Toyo Setal, deve ser pressionado na próxima
quinta-feira (23) por membros da CPI a fazer novas revelações. A
expectativa é que Mendonça Neto, que fez delação premiada à Justiça
Federal, confirme que a empresa repassou recursos - que seriam fruto de
propina - em forma de doações ao PT. "Como ele já fez a delação, a gente
acredita que ele vá responder a maioria das indagações e talvez até
acrescente novas coisas", aposta o vice-presidente da CPI, Antonio
Imbassahy (PSDB-BA). Os deputados sabem que Mendonça terá o cuidado de
não falar nada que comprometa o conteúdo da delação premiada e esperam
um longo depoimento. O primeiro executivo a ser convocado pela comissão
foi Julio Faerman, da SBM Offshore, mas ele não foi localizado até o
momento. Mendonça Neto seria ouvido no dia 14 deste mês, mas pediu o
adiamento do depoimento em virtude de outras audiências marcadas para a
mesma data. O executivo da Toyo Setal deve ser acompanhado pela advogada
Beatriz Catta Preta. Estão no radar da CPI o ex-presidente da Camargo
Corrêa Antonio Carlos Miguel e o atual diretor de óleo e gás da empresa,
Paulo Augusto Santos Silva. Hoje, a deputada Eliziane Gama (PPS-MA),
informou que vai sugerir a convocação dos executivos que teriam
participado do pagamento de propina. "As delações feitas por Dalton
Avancini e de Eduardo Leite, pessoas da alta cúpula da Camargo Corrêa,
evidenciam a complexidade do envolvimento das empreiteiras nesse negócio
sujo que assaltou os cofres da Petrobras. A CPI tem o dever de
investigar todos aqueles que forem citados e considerados suspeitos",
declarou a parlamentar por meio de nota à imprensa.