segunda-feira, 2 de março de 2015

Tensão em Brasília


Congressao Nacional

Tem tirado o sono dos políticos o clima de tensão e apreensão com a divulgação da lista dos parlamentares, governadores e ex-governadores supostamente envolvidos na operação Lava Jato, que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, promete liberar até amanhã.
Fala-se em 30 deputados, oito senadores e quatro governadores. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que até então demonstrou desdém pela denúncia do Ministério Público Federal ao STF, agora teme ser citado, segundo tem deixado transparecer nos últimos dias.
Antes confiante de que ficaria fora do rol, o peemedebista disse a aliados ter recebido sinais de que seu nome poderá ser incluído. “Diante da hipótese, Cunha se mostrou colérico e disposto a se vingar do governo”, revela um parlamentar bem próximo ao presidente da Câmara.
Na semana passada, Cunha afirmou que "a Câmara não ia parar” por causa da lista: “Primeiro, que não tem processo de cassação. Para começar, um processo de cassação vai demorar muito. Tem que ter representação, depois tem que ter admissibilidade, e depois de votar admissibilidade, tem que instaurar o processo. A Casa vai trabalhar normalmente", afirmou.
Esta declaração foi anterior ao tomar conhecimento de que seu nome irá ser um dos citados na lista, que tudo indica deve ser levado ao conhecimento da Nação amanhã. Resta saber se de fato aparecer entre os envolvidos, Cunha vai se manter dócil em relação ao impeachment ou se endurece o jogo.
REAÇÃO NAS RUAS– Diante da manifestação pelo impeachment de Dilma convocado pelas redes sociais para o próximo dia 15, os petistas resolveram reagir. Engrossam a manifestação que a CUT está promovendo dois dias antes, em 13 de março, em defesa da democracia e da Petrobras. O ato de São Paulo terá a presença do ex-presidente Lula. Os manifestantes não vão se encontrar nas ruas do país, mas não deixarão de se enfrentar.
O “carioca” arrogante– Esnobe, metido a cavalo de cão, o presidente que não preside o PSDB estadual, Bruno Araújo, tem mania de fingir que não é nordestino, exagerando no sotaque carregado nos esses. Por isso, em Brasília ganhou o apelo de “Carioca”. Achando-se um político nacional, que, convenhamos, está distante léguas, o “Carioca” resolver passar o comando do partido para Antônio Moraes. “Não tenho tempo para as questiúnculas locais”, alega. É a bala que matou Kennedy.

Mais energia na ilha – Em São Paulo, o administrador de Fernando de Noronha, Reginaldo Valença Júnior, discutiu com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, parcerias para investimentos em matrizes energéticas na ilha. Há pouco, ele implantou no arquipélago um projeto pioneiro, instalando um sistema de iluminação pública via energia solar.
Azul e branco– O governador Paulo Câmara está convencido de que não será fácil atrair investimentos federais para o Estado diante da crise nacional e do ajuste fiscal. Por isso, já adotou o discurso, transmitido na última reunião com o secretariado, de que trabalhará, como Roberto Magalhães, em cima do dinheiro azul e branco e esperar as transferências voluntárias da União.
No lombo do trabalhador– Fevereiro se despediu deixando um rastro negativo na economia e uma conta salgada para o trabalhador. Entre as medidas amargas tomadas pelo Governo estão o aumento de impostos, o reajuste dos combustíveis, a alta extra na tarifa de energia e mudanças em benefícios sociais como seguro-desemprego, auxílio-doença, abono salarial e pensão por morte, sendo que estas últimas começam a valer a partir de hoje.


CURTAS
PAULEIRA– Pela agenda traçada para o Governo nos Municípios, entre os dias 13, 14 e 15, o governador Paulo Câmara faz seminários, pela ordem, em Araripina, compreendendo o Sertão do Araripe, Petrolina, o Sertão do Francisco, e Salgueiro, o Sertão Central. Quem gosta de cruzar os braços no fim de semana que se cuide!
ISOLADO– Para o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que levou, ontem, um puxão de orelha de Dilma pelas provocações a Guido Mantega, está isolado e por isso mesmo terá dificuldades de fazer o ajuste fiscal.
Perguntar não ofende: Quantos pernambucanos vão aparecer na lista de Janot?