O doleiro Alberto Youssef afirmou em sua delação premiada ter
entregue pessoalmente propina na casa do ex-deputado federal e ex-líder
do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), "umas três ou quatro
vezes" a pedido do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Segundo o
doleiro, em cada entrega foram repassados R$ 150 mil em espécie ao
petista.
"Tais entregas ocorreram em São Paulo, na casa de Vaccarezza, na
Mooca; que, não se recorda da época em que foram feitas tais entregas e
por isso não pode vincular tais entregas à campanha de 2010?, afirmou o
delator. Segundo o doleiro, o pedido inicial do ex-diretor da Petrobras
era de que fossem feitos repasses de R$ 300 mil cada, mas Youssef alegou
não ter esse dinheiro "em caixa" na época.
Apesar de o doleiro não ligar os repasses à campanha do petista em
2010, em sua delação premiada Paulo Roberto Costa afirmou ter se
encontrado com o empresário Jorge Luz, no Rio, em "2009 ou 2010?, para
tratar de repasses para a campanha do então deputado petista em 2010.
Indicado pelo PP à Diretoria de Abastecimento em 2004, Paulo Roberto
Costa operacionalizava o esquema de propinas nos contratos da estatal
junto com Alberto Youssef. Em sua diretoria, 1% dos valores dos
contratos eram destinados ao PP, mas o próprio ex-diretor admitiu em sua
delação ter operacionalizado em algumas ocasiões o repasse da "cota" da
sigla para PT, PMDB e PSDB.