sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Fã de Sarney se despede do ídolo



De Codó, no Maranhão, Estado do clã Sarney, Genoveva da Silva Oliveira, 58 anos, mora em Samambaia, nos arredores de Brasília, há mais de 20 anos. Mas desde 1991, quando o ex-presidente José Sarney tomou posse como senador eleito no Amapá, ela faz uma vigília de pelo menos dois dias na saída do Congresso para abraçar seu ídolo.
Ao sair ontem do Congresso, no final da tarde, pude testemunhar, pessoalmente, a tietagem de Genoveva. Sarney caminhava em direção ao carro que o esperava em frente à rampa quando se deparou, mais uma vez, com a conterrânea, que porta vários adereços do ex-presidente, como fotos, reportagens em jornais e revistas e até um crucifixo, segundo ela, dada por ele.
“Não fosse esse homem, eu não seria nada”, disse Genoveva, adiantando que até uma casa ganhou de Sarney, mas teve que se desfazer mais adiante por causa de um conflito no casamento. Os assessores do senador, que está se despedindo do Congresso por não ter disputado à reeleição, conhecem Genoveva de velhos carnavais.
“Quase todos os dias ela chega com recortes novos de jornais e revistas e faz questão de abraçar o ex-presidente”, conta Lima Júnior, chefe-de-gabinete de Sarney. Genoveva, segundo ele, é uma mulher sofrida, sozinha na vida e extremamente agradecida pelo pouco que Sarney fez em seu favor.
Na hora do reencontro de Sarney, ontem, com Genoveva, o ex-presidente foi extremamente simpático. “Olha, a dona Genoveva ali, apontando para a figura que caminhava em sua direção saindo do estacionamento externo do Senado, onde costuma ficar, cheia de recortes de jornais exibindo o seu ídolo.
Como de costume, deu um abraço nela, perguntou como estavam as coisas e se não tinha notícias dos seus parentes no Maranhão. Contando os dias do seu último mandato no Congresso, o ex-presidente não resolveu ainda se vai continuar morando em Brasília ou regressa definitivamente ao Maranhão para se dedicar ao que mais gosta: literatura.