A uma semana da eleição que
definirá o novo presidente da Câmara, os três principais candidatos
ainda tentam vencer obstáculos criados por suas próprias trajetórias.
Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
Arlindo Chinaglia (PT-SP), Júlio Delgado (PSB-MG) e Chico Alencar
(PSOL-RJ) disputam no próximo domingo (1º) o voto dos demais 509
colegas, em eleição secreta.
Citado
no esquema de corrupção da Petrobras, Cunha será alvo de um pedido do
Ministério Público ao Supremo Tribunal Federal para ser investigado. Ele
nega ligação com o caso. Apontado como favorito, Cunha precisa
convencer, especialmente os governistas, de que não será um presidente
com viés oposicionista.
Do lado petista, Chinaglia
tenta se descolar do rótulo de palaciano tendo em vista o desgaste que o
governo vive na Casa -- o mesmo que motivou a rebelião de 2014. Presidente da Casa em 2007 e 2008, Chinaglia ficou conhecido pelo estilo duro de se relacionar com colegas.
Considerado azarão, mas com
densidade maior que a de Alencar, Júlio Delgado tenta minimizar o
rótulo de 'caçador' de deputado, apelido ligado aos processos de
cassação dos petistas José Dirceu, envolvido no mensalão, e André
Vargas, por ligação com presos do esquema de corrupção na Petrobras. Alinhado com a oposição, ele justifica que não tem prazer na tarefa, mas responsabilidade com a Casa.