FINALMENTE A P0PULAÇÃO BRASILEIRA TEM ACESSO AOS NOMES DOS POLÍTICOS ENVOLVIDOS NO PROPINODUTO DA LAVA JATO
O DELATOR – Paulo Roberto Costa detalhou à PF suas relações com políticos (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
Em reportagem estampada na capa da edição de 10 de setembro deste ano, VEJA revelou
que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa
havia dado às autoridades o nome de mais de trinta políticos
beneficiários do esquema de corrupção instaurado na estatal. A lista
incluía algumas das mais altas autoridades do país e integrantes dos
partidos da base de apoio do governo do PT. Estavam lá três
governadores, seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25
deputados federais.
Três semanas depois,VEJA revelou que Costa contou
às autoridades que, em 2010, o ex-ministro Antonio Palocci o procurou
para pedir 2 milhões para campanha da presidente Dilma Rousseff. Ao
longo das mais de oitenta horas de depoimento, Costa envolveria ainda os
nomes de outros políticos no petrolão.
Reportagem desta sexta-feira do jornal O Estado de S. Paulo inclui
mais cinco nomes no rol dos citados no petrolão: o governador reeleito
do Acre, Tião Viana (PT), os deputados Vander Luiz dos Santos Loubet
(PT-MS), Alexandre José dos Santos (PMDB-RJ), Luiz Fernando Faria
(PP-MG) e José Otávio Germano (PP-RS).
Como revelou VEJA, Costa apontou como
beneficiários do esquema também os presidentes da Câmara, Henrique
Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), além do
ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA). Do Senado, Ciro
Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Romero Jucá (PMDB-RR), o
eterno líder de qualquer governo. Já no grupo de deputados, o petista
Cândido Vaccarezza (SP) e João Pizzolatti (SC), um dos mais ativos
integrantes da bancada do PP na casa.
O ex-ministro das Cidades e ex-deputado
Mario Negromonte, também do PP, é outro citado como destinatário da
propina. Da lista de três “governadores” citados pelo ex-diretor, todos
os políticos são de estados onde a Petrobras tem grandes projetos em
curso: Sérgio Cabral (PMDB), ex-governador do Rio, Roseana Sarney
(PMDB), atual governadora do Maranhão, e Eduardo Campos (PSB),
ex-governador de Pernambuco e ex-candidato à Presidência da República
morto em agosto deste ano em um acidente aéreo.
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Segundo o jornal, Costa afirmou às
autoridades que teria intermediado, em 2010, o pagamento de 20 milhões
de reais para o caixa dois da campanha de Eduardo Campos, então
candidato a reeleição em Pernambuco. De acordo com o delator, o operador
da transação foi o ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra.
A reportagem informa ainda que o ex-diretor citou os nomes do tucano
Sérgio Guerra, morto em março deste ano, dos senadores petistas Delcidio
Amaral (MS), Gleisi Hoffmann (PR), Humberto Costa (PE) e Lindbergh
Farias (RJ).
O jornal informa ainda que Costa disse,
em depoimento, que o então presidente do PSDB o teria procurado em 2010 e
cobrado 10 milhões de reais para enterrar a CPI da Petrobras aberta no
Senado no ano anterior. Também afirmou que teria repassado 1 milhão de
reais para a campanha de Gleisi ao Senado no mesmo ano. E disse que, nas
eleições de 2014, ficou responsável por pedir a empreiteiras doações
para a campanha de Lindbergh ao governo do Rio de Janeiro.
Com base nos depoimentos de Costa e
também do doleiro Alberto Youssef, caixa do petrolão, o procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, encaminhará ao Supremo Tribunal Federal
(STF) pedido de abertura de inquérito contra os políticos pilhados no
petrolão. Permanecerão no Supremo inquéritos contra parlamentares,
autoridades com prerrogativa de foro e casos em que a atuação no esquema
estiver diretamente ligada aos políticos. Os casos de políticos que não
conseguiram um novo mandato nestas eleições devem permanecer em
primeira instância. Janot, contudo, apenas apresentará os pedidos de
investigação em fevereiro do ano que vem, ao término do recesso do Judiciário.
A presidente Dilma Rousseff e Michel Temer, seu vice, foram diplomados nesta quinta-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral. Dilma se esqueceu de que recebia ali o documento que lhe permite tomar posse do segundo mandato e resolveu pensar como uma socióloga nefelibata, do tipo que anda com a cabeça nas nuvens e os pés também. A governanta decidiu se referir à roubalheira na Petrobras e, ora vejam!, dividir as suas culpas conosco. Na verdade, tudo bem pensado, foi ainda mais grave: a presidente nos tomou a todos como corruptos — os brasileiros no geral.