Primeiro
delator da Lava Jato, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo
Roberto Costa citou em 80 depoimentos que se estenderam por duas
semanas, entre agosto e setembro, uma lista de 28 políticos – que inclui
ministro e ex-ministros do governo Dilma Rousseff (PT), deputados,
senadores, governador e ex-governadores.
A reportagem do
Estadão obteve a lista completa dos citados. A relação inclui ainda
parlamentares que integram a base aliada do Palácio do Planalto no
Congresso como supostos beneficiários do esquema de corrupção e caixa 2
que se instalou na petrolífera entre 2004 e 2012.
Há nomes que até
aqui ainda não haviam sido revelados, como o governador do Acre, Tião
Viana (PT), reeleito em 2014, além dos deputados Vander Luiz dos Santos
Loubet (PT-MS), Alexandre José dos Santos (PMDB-RJ), Luiz Fernando Faria
(PP-MG) e José Otávio Germano (PP-RS). Entre os congressistas, ao todo
foram mencionados sete senadores e onze deputados federais.
O perfil da lista
reflete o consórcio partidário que mantinha Costa no cargo e contratos
bilionários da estatal sob sua tutela – são 8 políticos do PMDB, 10 do
PP, 8 do PT, 1 do PSB e 1 do PSDB. Alguns, segundo o ex-diretor de
Abastecimento, recebiam repasses com frequência ou valores que chegaram a
superar R$ 1 milhão – dinheiro que teria sido usado em campanhas
eleitorais. Outros receberam esporadicamente – caso, segundo ele, do
ex-senador Sérgio Guerra, que foi presidente nacional do PSDB e em 2009
teria pedido R$ 10 milhões para arquivar uma CPI da Petrobras no Senado.
Sobre vários
políticos, o ex-diretor da estatal apenas mencionou o nome. Não revelou
valores que teriam sido distribuídos a eles ou a suas agremiações.
Foram citados os
ex-governadores do Rio Sérgio Cabral (PMDB), do Maranhão Roseana Sarney
(PMDB) e de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) – que morreu em um acidente
aéreo em 13 de agosto, durante campanha presidencial.