terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Empreiteiras entregaram documentos falsos, diz juiz


Empreiteiras citadas no esquema de corrupção e propinas envolvendo a Petrobras “produziram e entregaram à Justiça documentos falsos”. A informação é do juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava-Jato.
Ao rejeitar pedido de revogação da prisão preventiva do vice-presidente executivo da Construtora Mendes Jr, Sérgio Mendes, o juiz Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava-Jato, assinalou que “as empreiteiras não só produziram documentos falsos, contratos com as empresas de Alberto Youssef (doleiro da Lava-Jato), para acobertar os pagamentos criminosos, mas os apresentaram a este Juízo como verdadeiros, sem qualquer ressalva ou informação quanto ao seu caráter fraudulento”.
Moro destacou que “a prisão cautelar do investigado (Sérgio Mendes), até o momento identificado como o principal responsável na Mendes Júnior pela prática dos crimes, se impõe para prevenir a continuidade do ciclo delituoso, alertando não só a ele, mas também à empresa das consequências da prática de crimes no âmbito de seus negócios com a administração pública”.
Para o magistrado, faz-se “necessário, infelizmente, advertir com o remédio amargo (ordem de prisão contra seus principais executivos) as empreiteiras de que essa forma de fazer negócios com a administração pública não é mais aceitável - nunca foi, na expectativa de que abandonem tais práticas criminosas”.
O criminalista Marcelo Leonardo, que defende Sérgio Mendes, sustenta que a Mendes Jr foi vítima de extorsão de R$ 8 milhões por parte do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.