sábado, 6 de dezembro de 2014

Dono da OAS espionou pessoalmente CPI no Congresso



 O presidente da OAS, Leo Pinheiro, monitorou pessoalmente o andamento da CPI da Petrobras no Congresso e pediu uma lista de deputados e senadores que miravam os contratos das empreiteiras com a estatal. A Polícia Federal apreendeu no apartamento de Pinheiro o plano de trabalho da comissão e um e-mail de 2 de junho com os nomes dos parlamentares que pediram na CPI documentos sobre as construtoras e as obras da refinaria Abreu e Lima, das quais a OAS participava. A informação é de Vera Magalhas, na sua coluna deste sábado, na Folha de S.Paulo. A colunista dá mais detalhes da ação do presidente da OAS: 
''Em 2 de junho, Pinheiro recebeu a lista de deputados de um advogado da OAS. 'Conforme solicitado, seguem em anexo os requerimentos feitos por empresa, com respectivos deputados', escreveu o diretor de ações cíveis da empreiteira.
No apartamento, havia dois post-its sobre a planilha dos trabalhos da comissão. Um deles trazia, escritas à mão, as iniciais de membros da CPI e dirigentes de outras empreiteiras. Outro dizia: 'Não pode ser chamado à CPI. Fora de escopo'.
Também foi apreendida na casa de Pinheiro a pauta de reunião do comitê executivo da OAS marcada para 20 de junho. O primeiro tópico é a CPI, que havia iniciado naquele mês.
Pinheiro também se preocupava com investigações da CGU (Controladoria-Geral da União) sobre a refinaria. Ele guardava ofício do órgão à CPI relatando irregularidades da obra.
O presidente da OAS telefonava para políticos e agentes públicos no aniversário. Em seu apartamento, havia anotações com as datas de nascimento de Lula, Antonio Palocci e parlamentares governistas e oposicionistas.
Uma folha lembra Pinheiro de parabenizar Renato Duque em 29 de setembro, com o celular do ex-diretor da Petrobras ao lado. Outra anotação traz o aniversário de José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da estatal.''