Após colocar na prisão os executivos das maiores empreiteiras do
País, o juiz da Lava Jato autorizou a extensão da quebra do sigilo
bancário das empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef para o ano
de 2014. Com a medida, pela primeira vez a operação vai conseguir
identificar o que foi movimentado nas empresas utilizadas pelo doleiro
para lavar dinheiro do esquema criminoso que envolvia pagamento de
propinas a agentes públicos, políticos e executivos durante o período
eleitoral.
Foi autorizada a extensão das quebras dos sigilos da GFD Investimentos, RCI software, Empreiteira Rigidez e MO Consultoria. A medida atende à solicitação do Ministério Público Federal que, junto com a Polícia Federal, suspeita que as doações das grandes empreiteiras para campanhas eleitorais deste ano sejam, em parte, lavagem de dinheiro desviado dos contratos da Petrobrás.
Foi autorizada a extensão das quebras dos sigilos da GFD Investimentos, RCI software, Empreiteira Rigidez e MO Consultoria. A medida atende à solicitação do Ministério Público Federal que, junto com a Polícia Federal, suspeita que as doações das grandes empreiteiras para campanhas eleitorais deste ano sejam, em parte, lavagem de dinheiro desviado dos contratos da Petrobrás.
Além dos valores movimentados pelas empresas de fachada do doleiro,
que receberam dinheiro de empreiteiras envolvidas em ao menos 9 obras da
Petrobrás, segundo as investigações, a extensão da quebra do sigilo,
que abarca de 1 de janeiro até 14 de novembro deste ano, vai alcançar o
período eleitoral no qual as campanhas da situação e da oposição
receberam vultuosos repasses das mesmas empresas investigadas pela Lava
Jato. Além da Petrobrás, Youssef tinha negócios envolvendo concessões
públicas e obras em todo o País. Em
sua residência, a Polícia Federal apreendeu uma lista com 750 contratos
públicos que o doleiro teria intermediado junto a grandes empreiteiras,
de 2009 a 2012.
Até o momento, as investigações destrincharam as movimentações
bancárias das empresas de fachada de Youssef entre 2009 e 2013, período
no qual, por exemplo, elas receberam ao menos R$ 37 milhões somente das
empresas do Grupo Sanko, que fornecem material para as obras de Abreu e
Lima tocadas pelo Consórcio CNCC, liderado pela Camargo Corrêa. Além
disso, em outubro a
PF já havia intimado as empreiteiras citadas na Lava Jato a explicar
repasses que somavam R$ 31,5 milhões, a duas empresas do doleiro.
Para o juiz, os dados até agora
comprovam o articulado esquema montado na estatal. “Em síntese, e em
cognição sumária, há prova de que as empreiteiras, em cartel, frustraram
licitações da Petrobrás, manipularam o preço dos contratos, lavaram o
produto do crime por intermédio de Alberto Youssef, e pagaram vantagem
indevida a agentes públicos, como Paulo Roberto Costa, ex-Diretor de
Abastecimento da Petrobrás”, assinala Moro na decisão.