segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A moeda forte do PSB


  
Uma reaproximação do PSB com o Governo Dilma não está descartada. O interesse é recíproco. Eleito, o governador Paulo Câmara não quer briga com a União, para criar as condições de governabilidade diante do quadro financeiro sombrio que herdará, uma dívida estimada em R$ 8 bilhões.
Dilma, por sua vez, aproveita a carência dos governadores eleitos para tentar evitar que o PSB faça oposição sistemática no Congresso. Circulou a informação de que a presidente teria enviado emissários para atrair dois governadores socialistas – Câmara, em Pernambuco, e Rodrigo Rollemberg, no Distrito Federal.
O Governo quer construir uma maioria sólida para derrotar a candidatura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à Presidência da Câmara dos Deputados. Lula já disse que a presidente vai recorrer à força dos governadores para enfrentar Cunha, considerado um aliado não confiável.
A bancada pernambucana elegeu 17 dos 25 federais e Câmara tem ampla predominância sobre a representação parlamentar da sua base em Brasília. Dilma sabe disso, mas o apoio fechado da bancada tem um preço, tem uma compensação, que sairá através de recursos federais.
Paulo Câmara tem amplos poderes para carrear os 17 votos da sua bancada, assim como o governador do Distrito Federal. É bom lembrar que um dos três governadores eleitos pelo PSB, Ricardo Coutinho, da Paraíba, já está afinado com Dilma, a quem apoiou no segundo turno pelo fato do adversário ser tucano, o senador Cássio Cunha Lima.
Se o caldo da eleição na Câmara engrossar, a partir do fortalecimento da candidatura de Eduardo Cunha, que já está programando cumprir um agendão pelos Estados, Paulo Câmara, Rodrigo Rollemberg e Ricardo Coutinho terão uma moeda forte de troca na negociação com o Governo: o voto das suas bancadas.