A
cúpula do PSB pernambucano teve uma longa conversa, ontem, em São
Paulo, com Marina Silva e afinou o discurso para o anúncio formal do
apoio ao candidato do PSDB, Aécio Neves, que disputa o segundo turno da
eleição presidencial contra a presidente Dilma. Diferentemente da
eleição de 2010, quando ficou em cima do muro, desta vez Marina se alia
ao postulante da oposição.
Marina
tem uma profunda mágoa do PT, especialmente da presidente Dilma, que
usou mecanismos virulentos para desconstruir a sua imagem ao longo da
campanha. Vista com lugar garantido no segundo turno, Marina foi
perdendo aderência ao longo da campanha em função dos duros golpes que
sofreu no guia eleitoral de Dilma.
Aécio
também chegou a endurecer o jogo, mas não a tanto, porque sabia que se
apelasse da forma de Dilma teria dificuldades para trazer Marina para o
seu palanque. Principal núcleo do PSB no País, o de Pernambuco, liderado
agora pelo governador eleito Paulo Câmara, está tendo um papel
fundamental para construir a unidade.
Até
mesmo o presidente da executiva nacional, Roberto Amaral, que era visto
como simpatizante do apoio a Dilma, já está falando a mesma linguagem
de Câmara, Geraldo Júlio, Beto Albuquerque e o vice-governador eleito de
São Paulo, Márcio França, que trabalham pelo alinhamento a Aécio.
No
caso de Pernambuco, será exigido de Aécio seu compromisso velado com a
reeleição do prefeito Geraldo Júlio em 2016, caso venha a ser eleito.
Neste caso, o mais prejudicado é o deputado federal eleito Daniel
Coelho, que não poderá concorrer à Prefeitura do Recife, como deseja,
pela legenda tucana.
Terá,
evidentemente, que procurar abrigo em outra legenda. Aécio fez um
grande esforço para atrair o apoio do PSB, desde o momento que recebeu o
primeiro apoio solidário: do senador Jarbas Vasconcelos, com quem deve
ter uma conversa, hoje, em Brasília, juntamente com o candidato a
vice-presidente, o senador Aloysio Nunes Ferreira.