domingo, 26 de outubro de 2014

Doleiro passou mal devido ao uso de remédio para doença cardíaca, diz PF


Após queda de pressão, Alberto Youssef foi levado a hospital de Curitiba.
Polícia Federal afirma que hipótese de envenenamento é 'infundada'.


Alberto Youssef (Foto: Joedson Alves/Estadão Conteúdo)

 
Alberto Youssef passou mal neste sábado (25)
A Polícia Federal (PF) afirmou, em nota oficial divulgada na noite deste sábado (25), que o doleiro Alberto Youssef foi hospitalizado devido a uma forte queda de pressão arterial, causada pelo "uso de medicação no tratamento de doenca cardíaca crônica".
Youssef foi levado para o Hospital Santa Cruz, em Curitiba , depois de passar mal durante o início da tarde, por volta das 13h. A informação foi confirmada pelo advogado Antônio Figueiredo Basto, responsável pela defesa de Youssef.
Segundo a PF, o doleiro permanecerá internado para adequação da medicação e retornará à carceragem da Polícia Federal em Curitiba após o seu "pleno restabelecimento". O comunicado diz ainda que "são infundadas as informações de possível envenenamento".
De acordo com a PF, ele foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que o levou até o hospital. Segundo o advogado, Youssef teve uma "fortíssima queda de pressão" depois do almoço e desmaiou na cela. Basto também afirmou que ele está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

 
O doleiro está preso desde março na carceragem da PF, na capital paranaense. Ele é réu da Operação Lava Jato.
Em julho, Youssef também foi levado para um hospital da cidade, onde ficou por uma noite. À época, o advogado disse que o doleiro sofreu um infarto, passou por um cateterismo e precisou ficar internado na UTI. De acordo com a PF, esta é a terceira vez que ocorre atendimento médico de urgência após a sua prisão.
Operação Lava Jato
A operação Lava Jato foi deflagrada no dia 17 de março de 2014 em vários estados brasileiros e no Distrito Federal. A operação investiga um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que pode ter movimentado cerca de R$ 10 bilhões, segundo a PF.
De acordo com as investigações, a organização criminosa era liderada pelo doleiro Alberto Youssef. Ele e os procuradores do MPF entraram em um acordo de delação premiada. Com isso, ele se comprometeu a dizer tudo o que sabe sobre o esquema de lavagem de dinheiro que chefiava, em troca de reduções nas penas que podem ser imputadas. O documento que pede a absolvição do doleiro no caso do tráfico de drogas não cita o acordo de delação.
O acordo de delação premiada será homologado pela Justiça se, depois da fase dos depoimentos, ficar comprovada a veracidade das informações que Youssef fornecer. O acordo foi assinado um dia após a defesa revelar que o doleiro tinha essa pretensão.