Dois meses depois do acidente aéreo que matou o então candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB), o 'Fantástico' divulgou neste domingo a íntegra da gravação da conversa final entre os pilotos e a Base Aérea de Santos, no litoral de São Paulo.
Na gravação, o comandante
informa a decisão de arremeter devido ao mau tempo. O Cessna 560 XL
ainda estava em voando alto, na área de controle de São Paulo, quando o
co-piloto da aeronave, Geraldo Cunha, fez o primeiro contato para
perguntar sobre as condições climáticas para pouso. Na base, há apenas
uma estação de rádio, operada por um militar, que adverte: “Atento a
pássaros na cabeceira da pista”.
Dois minutos mais tarde, o
co-piloto se confunde ao passar o prefixo do avião, mas ele confirma a
arremetida. Nessa situação, segundo a carta que orienta o pouso na Base
Aérea de Santos, os pilotos devem subir de volta para 4000 pés e
recomeçar a tentativa. mas o áudio não deixa claro se isso aconteceu:
O militar, então, pergunta:
“Está prosseguindo pro... nova tentativa de pouso?”. O piloto começa a
responder: “Devido às condições, nós vamos su... é...”. Depois,
completa: “Nós vamos aguardar e chamaremos novamente, ok?”. Em seguida, a
base faz dez tentativas de contato, sem sucesso.
Pouco depois de arremeter, o
jato caiu, matando as sete pessoas que estavam a bordo. Arremeter é
quando o piloto desiste de pousar e dá uma volta para tentar de novo.
O “Fantástico” teve acesso à
apólice de seguro do Cessna. A indenização em caso de acidentes seria
de US$ 50 milhões, cerca de R$ 120 milhões, para as vítimas, incluindo
os moradores da área onde o avião caiu. O documento estava em nome da
empresa AF Andrade, que arrendou o avião em 2010, mas alega tê-lo
transferido para dois empresários pernambucanos. Eles, porém, afirmam
que a transação não havia sido concretizada até a data do acidente, dia
13 de agosto.