O
maior vexame do PT se dá mesmo no Rio. Já chego lá. Os números estão
seguindo uma lógica que se esboçava desde as primeiras pesquisas, ainda
antes do início do horário eleitoral. Segundo a pesquisa Datafolha RJ
28/2014, que ouviu 1.308 pessoas, com margem de erro de três pontos, o
governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB, com 23%, já está tecnicamente
empatado com Anthony Garotinho, do PR, que ainda aparece numericamente à
frente, com 28%.
Em duas
semanas, o candidato do PR cresceu três pontos, mas o do PMDB ganhou 7.
Marcelo Crivella se mantém em 18%, e o petista Lindbergh Farias, o maior
vexame do petismo, oscilou de 12% para 11%. Não custa lembrar que ele
tentou surfar na onda de protestos do Rio e resolveu bater pesado no
então governador Sérgio Cabral. Setores da direção nacional do PT
queriam manter a aliança com o PMDB no Estado, mas ele forçou a mão para
ser candidato.
Escrevi
aqui algumas vezes que a máquina do PMDB na Prefeitura e no Estado do
Rio é bastante forte. A tendência era que Pezão crescesse, até porque
dispõe de um latifúndio no horário eleitoral, com 9 minutos por bloco.
Em segundo lugar, vem Lindbergh, com 4min30s. Garotinho tem 2min30s, e
Crivella, apenas um minuto.
Desde
sempre, restava evidente que o eleito seria aquele que disputasse o
segundo turno com Garotinho, cuja rejeição sempre se situou no patamar
de 40%. Aliás, desde o início do horário eleitoral, os que não votariam
nele de jeito nenhum saltaram de 40% para 44%. Nesse quesito, Lindbergh
marca 20%; Pezão, 17%, e Crivella, 14%.
O
governador já aparece à frente de Garotinho no segundo turno por uma boa
margem: 45% a 36%. Crivella também venceria o candidato do PR: 45% a
33%. Vale dizer: ele é o adversário dos sonhos: bom de voto para vencer
no primeiro turno e melhor ainda de rejeição para perder no segundo.
Quanto ao
Senado, o povo fluminense ainda faz a opção preferencial pelo humor:
Romário, do PSB, tem 38%, contra Cesar Maia, do DEM, que está com 25%. É
bem verdade que o comentarista de um Estado que corre o risco de eleger
Eduardo Suplicy não tem muito por que ser invejado por eleitores do
Rio, né?