A
agência de classificação de risco Moody’s rebaixou o viés de nota do
Brasil. Isso significa que, tudo o mais constante, vem um rebaixamento
da nota propriamente. Duvido que a promessa feita pela presidente Dilma
Rousseff de que Guido Mantega, ministro da Fazenda, não continuará no
próximo governo, caso ela vença a eleição, iria mudar alguma coisa.
O país
está em plena campanha eleitoral. E tem de se debater entre larápios e
fantasmas. Os larápios, como se sabe, estavam aboletados na Petrobras.
Segundo Paulo Roberto Costa, a empresa era a fonte que alimentava um
propinoduto que fazia a alegria de políticos da base aliada — do PMDB,
do PP e do PT. Adicionalmente, diz ele, Eduardo Campos, era beneficiário
do esquema. O homem morreu num acidente aéreo no dia 13 de agosto. Isso
não significa, é claro, que não se possa proceder a uma investigação. É
evidente que se trata de um assunto importante. Mas a gente se
pergunta: até quando seremos uma República permanentemente assaltada por
quadrilhas?
E há os
fantasmas. Dilma Rousseff e o PT não têm mais nada a oferecer ao
eleitorado a não ser a pregação terrorista. Diante da possibilidade de
derrota na disputa com Marina Silva — confirmada em outra pesquisa
divulgada nesta terça —, nada resta aos companheiros senão ameaçar o
eleitorado: “Se Marina ganhar, as riquezas do pré-sal estariam
ameaçadas”. Não é diferente do que fazem os petistas com o Bolsa Família
no Nordeste.
Os
programas que servem apenas à amenização da miséria — contra os quais,
diga-se, não há nenhuma força política organizada — se transformaram,
como é sabido, em moeda de troca e na mais formidável e
institucionalizada forma de compra de votos de que se tem notícia. O PT
se ocupa menos de dizer o que pretende realizar se eleito do que em
desqualificar as propostas dos rivais.
E, quando
acena com uma ideia de futuro, a coisa pode ser bem pior. Na entrevista
concedida nesta segunda ao Estado, Dilma deixou claro que, se reeleita,
pretende apostar as suas fichas na reforma política. Segundo diz, é a
única maneira de impedir que esquemas criminosos, como o que estava
instalado na Petrobras, prosperem. É uma falácia escandalosa. Enquanto a
Petrobras for tratada como um quintal de governos de turno, nada
impedirá que a safadeza se repita. E a safadeza vai se repetir enquanto a
empresa for uma estatal.
Disputas
eleitorais são boas oportunidades para que o país escolha que futuro
pretende ter. No momento, o Brasil parece presa de um passado que
insiste em não passar. Pense nisso na hora de apertar o botão.