Por
volta da 11 horas de hoje, quatro policiais federais estiveram no
escritório do delegado Romeu Tuma Júnior no bairro do Bom Retiro, em São
Paulo, com ordens para conduzi-lo coercitivamente à Superintendência da
Polícia Federal.
Ex-secretário
Nacional de Justiça do governo Lula, o delegado é autor do livro
Assassinato de Reputações — Um Crime de Estado (Topbooks; 557 páginas),
que narra os bastidores do que ele viu, ouviu e, principalmente,
acompanhou de perto quando ocupou o cargo.
Houve
discussão e muito bate-boca. Os policiais informaram que Tuma Júnior
deveria acompanhá-los para prestar depoimento na investigação que tem o
objetivo de esclarecer as acusações que ele fez contra membros
importantes do governo passado, como o então chefe de gabinete da
Presidência, Gilberto Carvalho, e o ex-ministro da Justiça Tarso Genro
(hoje governador do Rio Grande do Sul).
Em
seu livro, o delegado revelou que a estrutura do governo petista era
usada para produzir dossiês contra adversários políticos. Ele também
teria ouvido do ministro Gilberto Carvalho a confissão de que o
ex-prefeito de Santo André Celso Daniel teria sido assassinado depois de
descobrir um esquema clandestino de arrecadação de dinheiro para
beneficiar o PT. Atual secretário-geral da Presidência da República,
Carvalho, segundo o relato do delegado, teria confessado também ter
transportado dinheiro de corrupção para abastecer o caixa eleitoral do
PT.
Tuma
Júnior se recusou a acompanhar os agentes, alegando que a condução era
ilegal. Ele disse que um dos federais informou apenas que estava
cumprindo “ordens de Brasília”. “Estive lá na PF um vez e nem inquérito
havia”, disse o delegado. Isso é perseguição política”, afirmou. O
delegado está neste momento na sede da PF.