terça-feira, 5 de agosto de 2014

Polícia Federal detém delegado Romeu Tuma Júnior



Por volta da 11 horas de hoje, quatro policiais federais estiveram no escritório do delegado Romeu Tuma Júnior no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, com ordens para conduzi-lo coercitivamente à Superintendência da Polícia Federal.
Ex-secretário Nacional de Justiça do governo Lula, o delegado é autor do livro Assassinato de Reputações — Um Crime de Estado (Topbooks; 557 páginas), que narra os bastidores do que ele viu, ouviu e, principalmente, acompanhou de perto quando ocupou o cargo.
Houve discussão e muito bate-boca. Os policiais informaram que Tuma Júnior deveria acompanhá-los para prestar depoimento na investigação que tem o objetivo de esclarecer as acusações que ele fez contra membros importantes do governo passado, como o então chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, e o ex-ministro da Justiça Tarso Genro (hoje governador do Rio Grande do Sul).
Em seu livro, o delegado revelou que a estrutura do governo petista era usada para produzir dossiês contra adversários políticos. Ele também teria ouvido do ministro Gilberto Carvalho a confissão de que o ex-prefeito de Santo André Celso Daniel teria sido assassinado depois de descobrir um esquema clandestino de arrecadação de dinheiro para beneficiar o PT. Atual secretário-geral da Presidência da República, Carvalho, segundo o relato do delegado, teria confessado também ter transportado dinheiro de corrupção para abastecer o caixa eleitoral do PT.
Tuma Júnior se recusou a acompanhar os agentes, alegando que a condução era ilegal. Ele disse que um dos federais informou apenas que estava cumprindo “ordens de Brasília”. “Estive lá na PF um vez e nem inquérito havia”, disse o delegado. Isso é perseguição política”, afirmou. O delegado está neste momento na sede da PF.