A
Justiça Federal no Paraná abriu nesta quinta-feira (24) novo processo
criminal contra o doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato,
desta vez por operação irregular de instituição financeira e evasão de
divisas, no valor de US$ 78,2 milhões, mediante 1.114 contratos de
câmbio fraudulentos envolvendo duas empresas offshore. Para executar a
fuga de capitais, segundo a Procuradoria da República, Youssef celebrou,
por meio de operadores, contratos de câmbio para pagamento de
importações fictícias. É a quinta ação penal contra o doleiro no âmbito
da Lava Jato, deflagrada em 17 de março – outros dois processos,
oriundos do caso Banestado, foram reabertos nas últimas semanas porque
ele quebrou acordo de delação premiada firmado naquela investigação. A
nova ação contra Youssef envolve outros sete investigados, entre eles a
doleira Nelma Kodama e João Procópio de Almeida Prado – apontado pela PF
como laranja do doleiro. O grupo teria realizado a evasão de quase US$
80 milhões no período entre junho de 2011 a março de 2014 por meio das
offshores DGX Imp. and Exp. Limited e RFY Imp. Exp. Ltd. Outro
denunciado, Rafael Angulo Lopez, trabalhava na GFD e seria o responsável
pela parte financeira de Youssef, “realizando as atividades de saque,
entrega, recebimento de valores e transporte de dinheiro em espécie,
reais e dólares”. Quando a Lava Jato foi deflagrada, a PF apreendeu em
um cofre na sala de Lopez R$ 1,39 milhão e US$ 20 mil, além de uma
maleta com cerca de R$ 500 mil. A Justiça não decretou a prisão de
Lopez, mas impôs medidas cautelares, como a proibição de deixar o país. O
Ministério Público Federal requereu nova ordem de prisão contra
Youssef, mas o juiz Sérgio Moro avaliou que “já há várias prisões
preventivas pendentes e que foram decretadas em outros autos”. “A
imputação ora recebida, de manutenção de depósitos não declarados no
exterior, não a justificaria, por si só”, disse na decisão. Procópio,
Lopez e Costa negam os crimes a eles atribuídos. O advogado Luiz Gustavo
Flores, que integra a equipe de defesa de Youssef, não respondeu ao
contato da reportagem.