A
morte do escritor baiano João Ubaldo Ribeiro, que ocorreu nesta
madrugada de sexta feira, no Rio de Janeiro, onde residia de há muito,
abre uma lacuna imensa na literatura brasileira e deixa a Bahia órfã do
seu grande escritor. Ubaldo, filho de Itaparica, onde foi buscar alguns
dos seus personagens, era dono de um humor invejável, o que facilitava a
sua literatura leve e as suas crônicas que publicava sempre aos
domingos em A Tarde. Nasceu em 23 de janeiro de 1941. Era considerado
um dos maiores talentos de sua geração. Amigo de Glauber Rocha, que
conheceu no Colégio Estadual da Bahia, o “Central” onde ingressou em
1955, com ele participou da edição de revistas e jornais voltados para o
setor cultural. Pertenceu à “Geração Mapa”, que explodiu e deixou
marcas intensas numa geração também marcante que floresceu no final dos
anos 50 no Colégio da Bahia. Ubaldo ingressou na Faculdade de Direito em
1958. Irrequieto, participou também de um grupo de jovens que despontou
para o jornalismo baiano no Jornal da Bahia, já desaparecido. Lá,
Ubaldo escreveu uma coluna marcada pelo humor, “Satyricon”, e, depois,
foi editor-chefe da Tribuna da Bahia. São inúmeras as suas produções na
literatura. Há dois anos ingressou na Academia de Letras da Bahia e,
muito antes, foi acolhido na Academia Brasileira de Letras. Era, ao lado
de Jorge Amado, o escritor mais brilhante da Bahia. A notícia da sua
morte choca os baianos que assim perdem o maior dos seus intelectuais.