terça-feira, 1 de julho de 2014

FHC alfineta Lula em celebração aos 20 anos do Real


O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) aproveitou as comemorações dos 20 anos do Plano Real para alfinetar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem se referiu como um “descrente”. A provocação, feita por meio de áudio gravado e divulgado em sua página na rede social Facebook, cutucou, ainda, a presidente Dilma Rousseff (PT), a quem acusou de estar com "dificuldades em manter estabilização da moeda".

Em 1º de julho de 1994, o real começou a circular no país. A mudança era parte do Plano Real, lançado meses antes para tentar controlar a inflação. Considerado bem-sucedido, o plano freou a inflação, após quase dez anos de tentativas.

Leia a íntegra do discurso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso:

"No dia 1º de julho de 1994, lançamos uma moeda nova no Brasil: o real, fruto de esforço enorme de equipe econômica, que eu liderava como ministro da Fazenda, e tinha o apoio do presidente Itamar Franco como presidente da República.

O país estava cansado da inflação, 20, 30% ao mês. Não havia salário que fosse suficiente para fazer frente à carestia, ao aumento dos preços. Quando estabilizamos a moeda, quando a inflação começou a ceder, imediatamente houve redução da pobreza de 40% para 30%, porque as pessoas podiam confiar que não precisavam sair correndo para fazer compras mal recebessem o salário. Porque confiavam que a moeda poderia ser estável.
Graças a isso, não só houve a possibilidade de novas politicas sociais, econômicas, como que tão importante quanto reganhamos a crença no futuro do Brasil.

Houve os descrentes. O presidente Lula dizia que o real não era sonho, era pesadelo, se enganou. Se enganou tanto que depois se esforçou como presidente para manter a moeda estável. Mais recentemente estamos vendo dificuldades com a estabilização, mas também estamos sentindo que o povo todo estará à espera de medidas que mantenham a moeda estável, porque o povo aprendeu que a inflação, a carestia é seu pior inimigo.

Portanto, há muito o que comemorar pelos 20 anos do real."