quinta-feira, 17 de julho de 2014

Amargosa: 'Se foi ou não foi policial, não pode ficar impune', diz secretário sobre morte de criança



Amargosa: 'Se foi ou não foi policial, não pode ficar impune', diz secretário sobre morte de criança

Após a onda de terror que tomou conta de Amargosa, na noite desta quarta-feira (16), o secretário estadual de Segurança Pública, Maurício Barbosa, anunciou, nesta quinta (17), uma série de medidas a fim de tentar conter a onda de violência na cidade no sudoeste baiano. Em entrevista ao Bahia Notícias, logo após reunião com a prefeita Karina Silva (PSB), vereadores, juízes e promotores, ele informou que está mantido o reforço no efetivo policial, com quase 100 homens, por tempo indeterminado. Armas institucionais também já foram recuperadas, além de autorizada a reforma "urgente" da delegacia local. A unidade foi depredada e incendiada em um protesto ocorrido após a morte de uma criança de um ano, que teria sido atingida por um tiro disparado por um agente da Polícia Civil. O titular da SSP prometeu apuração rigorosa do caso e garantiu que "não haverá corporativismo", caso as denúncias de moradores contra o policial se confirmem.  "Nós fomos até lá para restabelecer a ordem. A situação de insegurança criou uma instabilidade. Fui lá para me solidarizar com a família e cobrar das corregedorias apuração em cima dos fatos. Não fomos lá para prejulgar ninguém, mas pedir que apertassem mais o prazo das perícias, depoimentos e apreensões. Se foi policial ou não foi policial, isso não pode ficar impune. A vida de uma criança foi ceifada", pontuou Barbosa.

Segundo ele, no encontro com as autoridades do município, foi relatado que há forte rivalidade entre traficantes de bairros diferentes, e já é possível concluir que os atentados da noite anterior tiveram participação não só de populares, mas também de criminosos. "Nós não temos como assegurar, mas a população diz que não foi o pessoal revoltado que incendiou a delegacia. Pode ter gente ligada à criminalidade infiltrada e a gente acredita que sim. Tudo foi iniciado pela comoção na cidade e se aproveitaram para depredar a delegacia. A gente também está apurando a responsabilidade das pessoas que causaram dano ao patrimônio público e levaram risco à vida das pessoas", disse o secretário, ao estimar que a apuração do caso deve ser concluída em um mês: "A nossa previsão, se Deus quiser, é finalizar no prazo de 30 dias. Pode ser antes, como pode ser um pouco depois". A Polícia Civil também informou ao BN que, dos 16 presos que fugiram da unidade, dois foram recapturados e outros dois informaram, por meio de advogados, que iriam se reapresentar.